Asfixia

terça-feira, 14 de julho de 2009

E o coração, antes tão cheio de amor, sente-se vazio agora. Comprimido contra a caixa torácica, grande demais para caber em meu peito, vazio demais para transbordar e saciar este sentimento confuso. É como se todo o ar que eu aspiro não fosse o suficiente, como se todo o ar do universo não fosse suficiente. Porque, por mais que eu o aspire com toda a intensidade que posso para meus pulmões, há uma espécie de buraco que o desvia, e eu continuo lutando para manter-me viva. A escuridão, outrora amiga, agora me devasta. Acabando com sonhos e esperanças. Construindo um nada; deixando-me no escuro. Eu tenho medo do escuro, confesso. Não sempre, somente em momentos como este, em que o ar falta-me ligeiramente dos pulmões, ou os invade com força demais, deixando-me confusa. É isto que me deixa com medo do escuro nestes momentos: reflexão. Tenho medo de estar sozinha com meus próprios pensamentos, pois há um buraco em mim e eu posso perder-me no abismo de meu interior, trilhando um caminho sem volta. Asfixiando-me em minha própria solidão.

3 comentários:

Mari disse...

Nossa. Arrepiei....
Muito bom mesmo.
:*

Jeniffer Yara disse...

Nossa primeira vez aqui no seu blog...Seu último post é bem tocante e arrepiante!*-*
Mas profundo e reflexivo...

Sempre que puder estarei por aqui!
Bjins...
;*

Helen Karoline disse...

adorei seu texto amigs *-* mto profundo serio mesmo!
"Tenho medo de estar sozinha com meus próprios pensamentos, pois há um buraco em mim e eu posso perder-me no abismo de meu interior, trilhando um caminho sem volta. Asfixiando-me em minha própria solidão." morri!
beijos :*