Talvez o maior clichê de todos...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Se me fosse pedido agora para fazer um lista com as coisas que não me importam, ela com toda a certeza seria enorme, mas, agora é algo mais complexo do que isto, é o que me importa. Para mim, sempre foi uma tarefa simples apontar o que eu não gosto, o que não me importa e todos os nãos. Mas, quando pedem-me um sim, eu não faço ideia do que citar. Creio que realmente seja o maior clichê de todos: as pequenas coisas da vida. Um sorriso, um olhar, um abraço. Ver o sol nascer e se pôr. Os momentos em que eu sinto meu coração acelerado, a respiração parando; quando todos os buracos são preenchidos por um sentimento indefinivel e fantástico. Aqueles momentos que serão lembrados com ternura ou até mesmo esquecidos, mas que tiveram amor. O sorriso de criança no olhar, a voz doce entonando carinho. Aquilo que, talvez, a maioria, considera somente como mais um.
A intensidade me importa. Ser intenso, viver e sentir cada momento com todas as particulas do corpo e da alma. Não considerar as coisas como somente mais uma entre tantas, e sim apreciar suas peculiaridades. Todo instante é único, todo momento deve ser vivido, tudo deve ser sintido. Tudo deve ser intenso. A intensidade faz com que você aprecia mais ou menos sua vida, ou as belas coisas dela. Tentar, dentre tantas outras, uma palavra que me agrada muito. Nem tudo pode ser intenso ao máximo, nem sempre consigo tornar cada momento memorável, mas, eu tento. E bem, somente por tentar, já estou mostrando o quão importante isto é para mim. Talvez esta seja outra coisa importante para mim, talvez não. Quem sabe... O momento que dirá.

Asfixia

terça-feira, 14 de julho de 2009

E o coração, antes tão cheio de amor, sente-se vazio agora. Comprimido contra a caixa torácica, grande demais para caber em meu peito, vazio demais para transbordar e saciar este sentimento confuso. É como se todo o ar que eu aspiro não fosse o suficiente, como se todo o ar do universo não fosse suficiente. Porque, por mais que eu o aspire com toda a intensidade que posso para meus pulmões, há uma espécie de buraco que o desvia, e eu continuo lutando para manter-me viva. A escuridão, outrora amiga, agora me devasta. Acabando com sonhos e esperanças. Construindo um nada; deixando-me no escuro. Eu tenho medo do escuro, confesso. Não sempre, somente em momentos como este, em que o ar falta-me ligeiramente dos pulmões, ou os invade com força demais, deixando-me confusa. É isto que me deixa com medo do escuro nestes momentos: reflexão. Tenho medo de estar sozinha com meus próprios pensamentos, pois há um buraco em mim e eu posso perder-me no abismo de meu interior, trilhando um caminho sem volta. Asfixiando-me em minha própria solidão.

The little writer.

segunda-feira, 13 de julho de 2009



Era um fim de semana chuvoso, e a única coisa interessante que eu poderia fazer em um dia chuvoso, na casa da minha avó, era desvendar os mistérios do sótão. Lembro-me que subi os degraus da escada sorrateiramente, pois se ela soubesse que eu estava indo ao sótão, novamente, me deixaria de castigo. Mas, eu era criança, não podia me conter, além do mais, tudo que é proibido é mais gostoso, eu já ouvia dizerem.
Eu me perdia em todo aquele universo mágico de poeira e coisas antigas, mas, neste dia, uma em especial me chamou à atenção. Um objeto retangular, preto e com uns botões estranhos e empoeirados, como todas as coisas naquele local. Meus olhos de criança faiscaram diante daquela descoberta; uma máquina de escrever. Fui à passos lentos até a máquina, temendo que não fosse o que eu imaginava ou que houvesse alguma espécie de bicho por ali, mas eu estava enganada, quanto as duas coisas. Sim, era uma máquina de escrever, extremamente antiga e empoeirada, mas era. Sentei-me em frente à máquina e me pus a limpar a poeira que a encobria. Como resultado, minhas roupas ficaram cobertas de poeira, mas a preciosa máquina estava reluzente. Escondida e dominada pelo medo, fui até o andar de baixo procurar folhas, queria testar minha nova descoberta o mais rápido possível. Quando as encontrei, voltei ansiosa para meu novo passatempo. Fiquei lá, folha após folha, uma tarde inteira, escrevendo histórias de princesas, dragões, cavaleiros e castelos.
Sempre que havia uma oportunidade, eu ia ao sótão ver se ela ainda estava lá, inteira, intacta. E, a cada vez que a certeza de que estava vinha, uma alegria inexplicável surgia em mim, me dominava. Se eu possuísse força, tenho certeza de que dançaria com a máquina, mas eu não tinha, então, contentava-me em somente observá-la. Mas os dias foram passando, e as férias chegando ao fim, e eu, com muito pesar, iria precisar abandonar meu mais novo e precioso vício: escrever. Acabei criando coragem e pedindo a máquina à minha avó, ela não negou. Preferia que ficasse comigo à continuar sem uso no sótão.
Esta é minha mais preciosa lembrança, a qual eu sempre lembrarei com imensa ternura. Lembrança de uma época em que uma nova paixão, e um novo vício, surgiram. A lembrança que eu carregarei para sempre comigo, e a qual estará sempre viva em minha mente, juntamente com a máquina de escrever, que habita meu quarto até hoje.

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Chegue mais perto, não seja tímido. Venha, entre; vamos tomar um café e conversar sobre casualidades, bobagens ou seja lá o que for. Somente botar o assunto em dia, falar sobre os amores, as dores, as alegrias. Sobre tudo, sobre o seu dia. O meu dia. Despejar sentimentos em uma xícara de chá, ou de café. Uma xícara de sentimentos. Cativar-nos um ao outro, com pequenas conversas, afagos e biscoitos. Simplesmente estar, ler e sentir. Escrever bobagens intimas ou até mesmo alheias, mas contemplar e dividir. Emergir os desejos submersos. Bem-vindo ao meu mundo.